Suspenso Alerta 26/ 2019 - Atualização de Virus Zika em Hyères (Var, França)
A 9 de outubro de 2019, após a confirmação do 1° caso autóctone de vírus Zika em França, foram implementadas medidas de controlo de vetores e iniciada a pesquisa ativa de casos.
A 21 de outubro foi reportado um 2° caso, residente no mesmo quarteirão, com confirmação laboratorial e sem história de viagens prévias. Apresentou sintomatologia (febre, dor retro orbital, astenia, rash) na 1° quinzena de Agosto, à semelhança do 1° caso.
De acordo com as Autoridades de Saúde de França, o relato deste novo caso reforça a hipótese de transmissão vetorial autóctone em Hyères (perto de Toulon, no sul do país).
O ECDC publicou um RRA a 16/10/2019. É a primeira vez que é documentada transmissão vetorial do vírus Zika pelo mosquito Aedes albopictus na Europa. Embora considerado menos competente que o mosquito Aedes aegypti, o A. albopictus, amplamente estabelecido no sul da Europa, tem também competência para o vírus Zika. A ocorrência de casos esporádicos ou clusters transmitidos por vetores locais é possível na região mediterrânea, durante o Verão e início do Outono, quando as condições ambientais favorecem a abundância de vetores e a replicação de arbovírus. Com a descida das temperaturas durante o Outono, as condições ambientais não são favoráveis à transmissão sustentada.
O risco para a população residente, incluindo mulheres grávidas e fetos é considerado baixo. Atualmente a probabilidade de viajantes para a região de Hyères ficarem infetados, introduzirem o vírus, em caso de virémia, ou iniciarem eventual transmissão local noutros países da da UE/EEE é muito baixa.
Face a esta situação pensamos adequado para a prevenção do risco de transmissão de infecção por vírus Zika através da transfusão a manutenção das medidas anteriormente preconizadas:
- Suspender por um prazo de 28 dias, 4 semanas, após a total recuperação, os candidatos à dádiva de sangue com o diagnóstico de infecção por vírus Zika.
- Suspender por um prazo de 28 dias, 4 semanas, após total recuperação, os candidatos á dádiva de sangue com sintomas sugestivos de infecção por vírus Zika , que tenham surgido no período de 2 semanas após o regresso de uma área com transmissão ativa de infecção por vírus ZIKA (acima referidas).
- Suspender pelo prazo de 28 dias, quatro semanas, após o último contacto sexual , os candidatos à dádiva de sangue , que tenham tido contacto sexual com um homem a quem tenha sido diagnosticada infecção por vírus Zika, ou que tenha viajado ou residido numa área com transmissão activa de infecção por vírus Zika durante os 6 meses anteriores ao contacto sexual.
- Suspender por um prazo de 28 dias os candidatos à dádiva de sangue que tenham permanecido pelo menos uma noite nas regiões afectada (Toulon/ França).
Solicitamos a vossa maior atenção a esta situação e solicitamos a divulgação da presente informação a todos os profissionais com responsabilidades na selecção e avaliação de dadores de sangue.
Suspenso Alerta 25/ 2019 - Virus Zika em Hyères (Var, França)
A 9 de Outubro de 2019, a Agência Regional de Saúde de Provence-Alpes-Côte d'Azur emitiu um comunicado a confirmar o 1o caso autóctone de vírus Zika em Hyères (Var, França) detectado este ano no país. Naquela zona, em 2019, não foram reportados casos importados de zika.
O caso não tem história de viagens prévias ou evidência de transmissão sexual. Os sintomas iniciaram-se a 29 de julho, com início de rash a 15 de agosto.
Estão em curso as investigações para determinar a origem do caso e impedir a propagação da doença. Foram também implementadas medidas de resposta que incluem o controlo de vectores e o reforço da vigilância epidemiológica para identificação de mais casos.
De acordo com os mapas de distribuição do ECDC/EFSA, o mosquito Aedes aegypti (principal vetor do vírus Zika) não está estabelecido em França. Contudo, o vírus também pode ser transmitido por outras espécies, tais como Aedes albopictus, que existe na região.
O ECDC tem prevista a publicação de um RRA.
Face a esta situação pensamos adequado para a prevenção do risco de transmissão de infecção por vírus Zika através da transfusão:
- Suspender por um prazo de 28 dias, 4 semanas, após a total recuperação, os candidatos à dádiva de sangue com o diagnóstico de infecção por vírus Zika.
- Suspender por um prazo de 28 dias, 4 semanas, após total recuperação, os candidatos á dádiva de sangue com sintomas sugestivos de infecção por vírus Zika , que tenham surgido no período de 2 semanas após o regresso de uma área com transmissão ativa de infecção por vírus ZIKA (acima referidas).
- Suspender pelo prazo de 28 dias, quatro semanas, após o último contacto sexual , os candidatos à dádiva de sangue , que tenham tido contacto sexual com um homem a quem tenha sido diagnosticada infecção por vírus Zika, ou que tenha viajado ou residido numa área com transmissão activa de infecção por vírus Zika durante os 6 meses anteriores ao contacto sexual.
- Suspender por um prazo de 28 dias os candidatos à dádiva de sangue que tenham permanecido pelo menos uma noite nas regiões afectadas.
Solicitamos a vossa maior atenção a esta situação e solicitamos a divulgação da presente informação a todos os profissionais com responsabilidades na selecção e avaliação de dadores de sangue.
Mais informação em:
https://www.paca.ars.sante.fr/surveillance-epidemiologique-de-la-dengue-du-chikungunya-et-du-zika
https://www.who.int/emergencies/diseases/zika/en/
Alerta 5/2019 - Vírus Zika - actualização de guidelines da OMS relativas á transmissão sexual do vírus. Publicação de Rapid Risk Assessment pelo ECDC - Medidas para a prevenção da transmissão através da transfusão
De acordo com o ECDC em 2016, após o pico da epidemia, verificou-se um declínio no número de casos de infecção por este agente na maioria dos países das Américas e das Caraíbas, com aparente interrupção da transmissão em várias ilhas desde 2017 e início de 2018.
Na Ásia, a vigilância epidemiológica sugere uma ampla distribuição geográfica do Vírus.
A informação sobre a circulação do Vírus em África permanece limitada.
Em Fevereiro de 2019, a OMS actualizou as guidelines relativas à transmissão sexual do Vírus, indicando que o período infeccioso é menor do que inicialmente estimado. A duração recomendada para o uso de preservativo ou a abstinência de relações sexuais para prevenir a transmissão sexual de um parceiro infectado foi reduzida de seis para três meses, no caso de homens, e dois meses, no caso de mulheres. Para reduzir o risco de transmissão sexual de um parceiro infectado para uma mulher grávida, mantêm-se a recomendação de uso de preservativo ou abstinência de relações sexuais durante toda a gravidez.
A 09/04/2019, o ECDC publicou um Rapid Risk Assessment sobre a evolução do Vírus Zika desde 2016, atrás citado e que que junto anexamos, em que se considera que:
- O risco associado a viagens depende principalmente do risco de transmissão vectorial no destino, embora se tenha de considerar a transmissão sexual como factor possível.
O risco de infecção pode ser elevado durante as epidemias, mas espera-se que circulação contínua do vírus seja menor em áreas onde esta circulação é considerada endémica, pelo que o risco de exposição é considerado baixo a médio;
- A maioria das regiões ultramarinas da UE onde o vector Aedes aegyti está presente reportaram transmissão autóctone no passado. Nas áreas onde a transmissão foi interrompida, a reintrodução do vírus pode ocorrer, mas a probabilidade de grandes surtos é considerada baixa devido à imunidade de grupo da população. Nas áreas sem circulação prévia, mas onde estão presentes vectores potencialmente competentes ( ex. Madeira e Mayotte – Aedes aegyti; Reunião – Aedes albopictus), o risco de transmissão local, caso o vírus seja reintroduzido é considerado baixo.
- Em certas áreas continentais da EU/EEE , há dois vectores cuja competência para o vírus foi demonstrada em estudos laboratoriais, Aedes albopictus e Aedes japonicus (apesar desta competência ser menor do que a do mosquito Aedes aegypti). A probabilidade de transmissão vectorial é portanto baixa durante a primavera mas durante o Verão e Outono é possível, caso o vírus seja introduzido por um viajante.
- Os dados, embora limitados, indicam que há risco de transmissão do Vírus Zika através do Substâncias de Origem Humana, principalmente por transfusão de sangue. A alta proporção de casos assintomáticos, a ocorrência documentada de dádivas de sangue RNA positivas para o Vírus Zika e os casos prováveis de transmissão através da transfusão indicam que dádivas de sangue positivas, doadas por dadores infecciosos e assintomáticos, podem entrar nos stocks de sangue e componentes sanguíneos e podem ser transfundidas a um receptor. No entanto, o baixo número de casos de transmissão através da transfusão, todos sem consequências clínicas para os receptores, impossibilita uma avaliação de risco mais precisa. Casos de síndrome de Guillain-Barré associados ao Víus Zika e relacionados/associados ao dador não foram relatados e a probabilidade de exposição materna e fetal a produtos sanguíneos é presumivelmente muito baixa.
- Assim, no documento anexo o ECDC preconiza as seguintes medidas para prevenir a transmissão do vírus Zika através da transfusão
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Áreas sem transmissão activa |
Áreas com transmissão activa |
Sangue e componentes sanguíneos |
Suspensão temporária de dadores por um prazo de 28 dias.
Ou rastreio das dádivas de sangue para RNA do vírus Zika por TAN, se disponível ou Inactivação patogénica de plasma e plaquetas por método comprovadamente eficaz
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Rastreio de todas as dádivas de sangue por RNA Zika TAN
OU interrupção temporária da colheita de sangue, neste caso o fornecimento de sangue e componentes sanguíneos deve ser assegurado pelas áreas sem transmissão activa do país.
Ou inactivação patogénica de plasma e plaquetas por método comprovadamente eficaz |
Plasma para fraccionamento |
Não é essencial excluir dadores de sangue que tenham regressado de áreas com transmissão activa da dádiva de plasma para fraccionamento. Também não é essencial o rastreio analítico de plasma destinado ao fraccionamento doado em áreas afectadas pela infecção Zika. |
Não é essencial excluir dadores de sangue que tenham regressado de áreas afectadas da dádiva de plasma para fraccionamento. Também não é essencial o rastreio analítico de plasma para fraccionamento doado em áreas afectadas pela infecção Zika. |
A consulta de áreas com transmissão activa de vírus Zika pode ser consultada no aplicativo do IPST Risco Geográfico e no documento do ECDC anexo.
Solicitamos a vossa maior atenção a esta informação e a sua divulgação a todos os profissionais com responsabilidades na selecção e avaliação de dadores de sangue.
Suspenso Alerta 25/2018 - Surto de infecção pelo Vírus Zika na índia - Medidas para a prevenção da transmissão através da transfusão
Vimos por este meio, divulgar informação recebida através do Sistema RONDA da Direcção Geral da Saúde relativa a surto de infecção por vírus Zika em Jaipur, Estado de Rajasthan, na Índia.
A 21 de Setembro de 2018, o Ministério da Saúde da Índia reportou um caso confirmado de infecção por vírus Zika numa mulher de 78 anos em Jaipur, Estado de Rajasthan na índia. De acordo com a OMS até 2 de Novembro foram identificados 157 casos , incluindo 63 mulheres grávidas. Todos os casos foram confirmados laboratorialmente por RT-PCR.
Até á data não foram reportados casos de microcefalia ou síndrome congénita do vírus Zika.
Para a OMS, estas evidências sugerem a transmissão contínua do Vírus Zika no estado de Rajasthan, na Índia, podendo surgir novos casos no futuro. É conhecida a circulação do vírus na região do Sudeste Asiático, pelo que o surto agora identificado não altera a avaliação de risco global.
Face a esta situação aplicam-se a potenciais dadores de sangue que tenham viajado, residido ou permanecido na Índia as medidas preconizadas no Alerta 31 /2016.
Solicitamos a vossa maior atenção a esta situação e solicitamos a divulgação da presente informação a todos os profissionais com responsabilidades na selecção e avaliação de dadores de sangue.
Suspenso Alerta 9/2017 - Medidas preventivas para a transmissão do vírus Zika através da transfusão
Vimos por este meio divulgar informação recebida através do Sistema Ronda, da Direcção Geral da Saúde relativa a actualização da informação relativa a casos de infecção por vírus Zika reportados na Índia.
A 15 de Maio de 2017, pela primeira vez foram reportados 3 casos de doença por vírus Zika no distrito Ahmedabad, na índia. Os casos foram confirmados laboratorialmente e identificados no âmbito do programa de vigilância pré-natal e de doença febril aguda. (o 1º em Novembro, 2016, o 2º em Janeiro 2017 e o 3º em Fevereiro)
Apesar destes serem os primeiros casos de Zika na índia, já era conhecida a circulação do Vírus no Sudeste Asiático, pelo que não se alterou a avaliação de risco global.
Face a esta situação aplicam-se a potenciais dadores de sangue que tenham viajado, residido ou permanecido na Índia as medidas preconizadas no Alerta 31 /2016.
Solicitamos a vossa maior atenção a esta situação e solicitamos a divulgação da presente informação a todos os profissionais com responsabilidades na selecção e avaliação de dadores de sangue.
Alerta 1/2017 - Informação relativa Infecção por vírus Zika em Angola
Segundo o ECDC, Communicable Disease Threats report de 14 de Janeiro, é referida uma alteração do estatuto de Angola para país com transmissão esporádica de vírus Zika nos últimos 3 meses. Segundo a OMS, um cidadão francês que regressou de Angola apresentava sintomatologia compatível por infecção por vírus Zika.
A OMS refere que a vacinação contra a Febre Amarela e a seropositividade para outros flavivírus impedem o diagnóstico conclusivo de infecção por vírus Zika, devido à possibilidade de reacção cruzada. Encontra-se em curso uma investigação para determinar se existe transmissão do vírus em Angola.
O Ministério da Saúde da República de Angola informa, via Nota de Imprensa do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa, 7 de Janeiro, a notificação de 2 casos de infecção por vírus Zika.
Face a esta situação mantêm-se em vigor as medidas preventivas preconizadas para a transmissão da infecção por Vírus Zika através da transfusão constantes do Plano de Prevenção para o Vírus Zika que junto anexamos. De acordo com este Plano o período de suspensão dos viajantes que regressam de uma área afectada por Vírus Zika, se a área for já afectada por uma outra doença transmitida por vector, nomeadamente malária, como é o caso de Angola, deve ser ajustado para o período de suspensão mais longo, período de suspensão para a malária.
Mantêm-se em vigor o Alerta 31/2016 (19/09/2016) e o Alerta 35/2016 (07/12/2016).
Suspendem-se os Alertas 1,2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 25, 26 e 27/2016 por informação mais actualizada dos Alertas acima referidos.